O uso de cabras como amas de leite
Esse é
um relato curioso e historicamente rico sobre uma prática pouco comum nos dias
atuais, mas que teve relevância em diferentes épocas e culturas: o uso de
cabras como fonte direta de alimentação para bebês.
A
fotografia mencionada, tirada em 14 de fevereiro de 1958, na vila de El Mojón,
em Lanzarote, nas Ilhas Canárias, registra um momento singular em que Segunda
Pérez Concepción é vista amamentando seu filho Eduardo com o leite de uma
cabra.
Dos
quatro filhos dela, Eduardo foi o único a ser nutrido dessa forma, o que
destaca a singularidade do caso mesmo dentro de um contexto familiar. O momento
também contextualiza essa prática ao apontar que, historicamente, o uso de
cabras como "amas de leite" não era algo isolado.
No
século XVIII, por exemplo, na França, essa era uma alternativa recorrente
quando contratar uma ama de leite humana não era viável economicamente ou
quando se temia a transmissão de doenças, como a sífilis.
O leite
de cabra era valorizado por sua disponibilidade e por ser considerado mais
seguro em termos de saúde, além de supostamente facilitar a digestão dos bebês.
Esses
fatores mostram como a escolha por essa prática não era apenas uma questão de
necessidade, mas também carregava crenças e conhecimentos da época sobre
nutrição e bem-estar infantil.
Com o
passar do tempo, no entanto, a amamentação direta por cabras caiu em desuso,
especialmente por causa de novas preocupações sanitárias e do avanço nas
práticas de alimentação infantil, como a pasteurização do leite e a introdução
de fórmulas.
Ainda
assim, o assunto sublinha que esse costume é parte de um capítulo interessante
da história da humanidade, revelando como diferentes sociedades adaptaram seus
recursos para cuidar das gerações futuras.
A imagem de Eduardo sendo alimentado por uma cabra em 1958, portanto, não é apenas um registro familiar, mas um testemunho de uma tradição que reflete tanto as condições locais quanto uma herança cultural mais ampla.
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